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sábado, 30 de junho de 2012

Os dois lados da moeda.

Ninguém é tão ninguém,
Há ponto de não ter alguém,
Ao lado seu.

Ninguém é tão sozinho,
Para se sentir como em hora, só eu me sinto,
Na fenda que desune a previsão,
Deste deserto escuro à cegueira que possui.

Ninguém consegue ser tão contraditório,
De focalizar em meio tempo,
Sem ao menos ver, os dois lados da moeda.

Aos que se sentem fortes.
Aos que coexiste em ânimo e solidão.
Aos que 'não' existem.


Tatiane Salles.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Piano.

Admirados a vossa altura,
Ao show de talento que se pusera diante de nós.
Punhos que deslocavam-se,
Fazendo do lugar, poço exclusivo do clássico.

Apoiados de uma gigantesca estrutura,
Da plateia e dos ouvidos, muita das vezes leigos,
Órgão que se punha, ao som do homônimo.
Musicalidade em forma de equação sonora.

Teclas, que de longe ostentava,
As belezas que o universo possui.
Maestria que ordenava os polegares,
Mesmo não sendo tão usados, como os demais.


Num relance já via,
Desvendando os mistérios das notas.
Como ouvia dizerem que é.
E que realmente eram, dominantes à seu posto.

E como assim, me pegava, 
No gerundismo de valsar, desfilando nele,
Sem por os pés no chão.
Ao som do que me embalava.

 Ao som do, mais surdino piano.

Aos músicos.
Aos concertos e transformações.
Ao instrumento.


Tatiane Salles.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Conflituoso diário.

Ela sente.
Se cala e sorri
Ama.
Pula e dança.
Dorme, acorda.
Acorda e dorme.
Ela se revela.
Espera.
Se encanta e nada diz...
É segredo.
Incógnita.
Não se deixa ver e nem te ver.
Sonha alto e como sonha.
Harmonia e frieza,
Coagulados ao mesmo ego, sem sangue.
'Infeliz-mente' assim.
É imposta, reserva...
E em seu quarto angelical
Ela se transcreve;
Sob sua cama, se descreve,
Em seu conflituoso diário.


Aos que se guardam em pautas fechadas.
Aos agridoces.


Tatiane Salles. 

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Mascaras.

É impossível começar sem sorrir,
Chorar,
Ou, sorrir chorando.
Mascaras!
Que sempre tapava o sol com a peneira,
Como dizia à querida avó.
Que faziam por parecer,
Meus erros bem maiores que os seus,
Como se fosse possível contabilizar dois seres.
Mascaras!
Que sempre lhe cobriu,
Protegeu, me invadiu
Com seu protótipo de exercer,
O que de mais bonito lhe cabia em hora.
Mascaras!
Sinais, que deixaram no rosto...
No rosto do íntimo, que não mais sofre.
Mas que se entristeceu em demasia,
Por ter permitido isolarem parte do meu corpo.
Corpo esse, que presentemente vaga por aí, sem intenção.
Mascaras!
Com esse ponto de exclamação gritante,
Que fica mais coerente no final da história.
Que nem se fez, mas que ficou.
Que poderia ter transparecido inumeras reticências...
Esses pontinhos teoricamente tachados de madura significância,
Mas que praticamente abandonaram o navio,
Carregando junto a torpe da folha, com o endereço certo.
Deixando-me perdida no naufrago, ao escuro dos sinais.
É impossível terminar sem sorrir,
Chorar,
Ou, sorrir chorando.
Mascaras!
São as mesmas que revelaram,
A incompatibilidade de 'nós'.

Aos que se cobrem, se escondem.
Aos que seguem sem intenção.
Aos que se esqueceram, mas que se lembram.


Tatiane Salles.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Fogueira.

Nessa chama que pronuncia alto,
O infinito templo da poesia.
Da cantiga e do trem que passa as onze.
Nesse fogaréu que te puxa,
Pra roda de samba-rock
E pro vento que leva e traz o mesmo fogo.

Essa brisa do inverno que já caí,
Deste alaranjado das faíscas que na alma arde forte,
Nos elos que transmitem...
Vida e morte do velho, morte do velho e vida.
A beira da tremenda sorte de participar,
Do prazer único do momento.

Tão longe da água.
Tão perto da videira que ela anuncia.
Queima, esquenta!!!
Incendeiam-se o profundo dos corações;
De frio aqui não se morre.
Tampouco faz.

Da chaleira da fazenda,
No asfalto de terra pura,
Zona e mata de outras bandas,
Oculta morada.
Cuidados a pão de lô eram os gravetos,
Que fizera do noturno, grande festa.
O inicio...
Da tão esperada fogueira.


"Porque fogo é vida! Queima os laços fúteis e fortalece a alma com a chama incandescente, que me parece frágil aos olhos de quem já amou." (Hairton J. Silveira.)

Ao fogo, aos corações.
As almas, a vida


Tatiane Salles.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Final do roteiro.

Com pregadores de roupa, ela desconcertou. Prendeu tudo o que nela havia de mais bonito. Pendurou seu jeito, o jeito de te tratar. Pendurou aquelas frases que soltava só pra te fazer bem, enquanto você alternava sua reciprocidade. Pendurou todos os clichês, toda vontade de te escrever, todo desejo de parecer com a sua pessoa. Quis não te escrever, pensando ou as vezes não querendo pensar. Desejou ser quem você é, se perguntando se você gostaria ou não de ler aquelas palavras. Palavras sem fronteiras, pra ela. Precisou parar. Precisou parar de tentar. Parar de tentar descobrir se gostava das mesmas coisas que você gostava. E muito mais que isso. Precisou parar de aparentar que gostava. Largou mão das coisas que mais admirava em você. De tocar o que você tocava, de ouvir o que você ouvia, de assistir o que você assistia e de pensar no que você poderia estar pensando. Deixou o café esfriar, procurando o que te dizer quando se caso esbarrasse contigo por aí. Desejou não querer te procurar, não te encontrar. Não encontrar inspiração para escrever, sobre mais nenhum assunto. Não te ver sentado a mesa, jantando como se já fizesse parte da família. Não te imaginar em todas as canções que você ouvia, para colocar no roda-pé do script romântico, como quem não queria nada: "Escrito ao som de: (...)" E nas reticências, o nome da sua banda predileta.

Mas ela sempre teve medo desses sentidos simples, sempre teve bastante receio. Dessa coisa comum, sem seus verdadeiros gostos, sem todo seu estilo, sua personalidade, sem todo o seu querer. Teve receio de que ser assim, ficasse repetitivo. Teve receio de que sua maneira de ser, não te conquistasse mais. Mas o que aconteceu, foi o seguinte: Que na realidade, ela não procurou parecer com você. Ela não queria ser assim e meses depois, se viu nessa hipérbole... Minto! Ela quis sim parecer com você, mas sem esforço algum. Sem pesquisas, estudos, sem te compreender. Somente parecendo, isso bastava.  E por diversas vezes conseguiu, outras diversas se destorceu. Fugiu do controle...

 Agora quer não querer te procurar em seus gostos, na cozinha, nas maneiras, jeitos e manias. Diz que não quer te parecer. E se no fundo queres; quer te parecer sem tentar. Sem te procurar por esses atos comedidos que você tem. Nesse seu jeitinho reverso manso, no diminutivo do motivo, no aumentativo do sentido... Ela quer te encontrar no errado, pois o certo... Ah, o certo... O certo se desgastou! De modo um tanto malvado, que é pra não ter graça. Quer te achar, nessa frase mal feita, nessas palavras inversas, nessas suas mãos que treme, nessa cabeça que da voltas e voltas quando pensa... Na imperfeição que tomou o que era pra ser perfeito.

"Com algumas, senão várias regras quebradas, porque de tanto segui-las, quem se quebrou foram os dois. Com "retas" e variáveis fora de seguimento.... Pois nas curvas de cada rua daria tempo de inventar algo novo para evitar a monotonia e a mesmice de sempre."

Ela quis que dali em diante fosse assim e no final do roteiro, ele exclamou, sem saber:


"E será assim. Ao som do rock, do blues, do jazz, do clássico ou do silêncio. Será como preferir e do jeito que tocar. Isso basta! (...)"

Aos que se prendem em um relacionamento.
A falta de amor próprio. Ao medo de se ver só.
As escapatórias e ao que vira rotina.


Tatiane Salles.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Dizem.

Dizem que ela não existe.
Dizem por aí que ela nunca existiu
E que talvez, nunca existiria.
Que ela não se encontraria,
Por indeterminado tempo.
Que não compartilharia
O brilho das estrelas com mais ninguém.
Que não teria mais sentimentos.
Que nada teria.

Dizem que ela não existe...
Eles dizem, apenas dizem.

A irrelevância.
Aos que, apenas dizem.


Tatiane Salles.

domingo, 17 de junho de 2012

Simbiose.

Das rosas que me trouxe,
Do vinho que tomamos ontem à frio seco,
Dos teus lábios que tocaram os meus.
Do teu rosto que acariciou o meu rosto.
Do teu perfume, leve e suave cheiro.
Características suas,
Que com carinho fizeram de mim,
Bem mais que sou.

Do teu olhar,
Das gentilezas que imperava.
Do teu respeito
E respirar, ofegante em me aquecer.
Do desejo da simbiose,
Da falta já subitamente presente,
Que me faz querer-te mais ainda...
Do teu amor.

Aos apaixonados.


Tatiane Salles.

sábado, 16 de junho de 2012

Pra ser feliz assim.

Pra ser deste modo, tem que ser feliz assim. Assim como à felicidade é. Sem cálculos. Sem precisar de motivo certo. Sem teoria, sem prestações. Sem buscar sentidos e alternar matérias. Assim. Como pássaro solto.

Pra ser feliz assim, não se requer muito. Não fazer planos é indispensável. Não ter impulso vital, não ter as unhas ruídas e as insuportáveis dores de cabeça. Pra ser feliz assim, repetindo a mesma frase muitas vezes de propósito. Pra ser bem cheio assim, como os bosques são em tarde de domingo. Pra ser sutil assim, como aquele chá no dia calmo e frio ou na manhã de segunda-feira, atarefada, sonolenta e agitada. Pra ter covinhas assim, de ouvir aquela sua música, aquela que te lembra uma pessoa que tanto te faz bem. Sensação que de tão viva, paira no ar e cabe entre os dedos. Pra ser lindo assim. Sem a perfeição do certo e errado. Sem críticas. Assim. Em passo livre. Pra ser essencial e inesquecível assim. Sem notinhas vermelhas, mas com os cadernos, com o celular despertando, provas, amigos e os rabiscos de tinta de caneta na mão. Assim. Como a vontade própria da verdade. Pra ser musical assim. Sem notas devidamente organizadas e timbre absurdamente afinado. Assim, ao som que lhe soar a canção. Como silaba perdida.

Pra ser feliz assim. Sem pressa de ser. Com jeito de quem procura e quer. Sem motivo caçado as pressas. Não tendo nenhum pra ser assim. Ser feliz assim... Sem de especie alguma ser acorrentado como prisioneiro. Sem sonho encantado. A excelência está nas coisas simples e o simples pra ser simples tende a se encantar com o "imperfeito". Pra ser extremamente feliz assim. Assim, bem assim. Riscado a caneta, pra não ter como apagar com a borracha.

Ao sorriso, a naturalidade.
A felicidade e ao "ASSIM".


Tatiane Salles. 

sexta-feira, 15 de junho de 2012

As sete artes da saudade.

Na felicidade de dez anos atrás,
Dos lugares que por onde passei,
Das diversas ocasiões que marcaram,
Me fiz por lembrar.
Bailando em uma lista,
Dedilhando numa folha de papel,
Cantarolando com as mãos,
Palavras sem melodia,
Moldadas as esculturas da memória,
E atuando nessa evolução.
Assistindo os detalhes coloridos,
Pintando aos quatro cantos,
As sete artes da saudade.
Vendo-me quando criança,
Inocência pura e simplesmente.
Lembranças que,
Nostalgicamente me vem...
Tempos que não voltarão jamais.

A minha infância.


Tatiane Salles.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Minha fonte de abrigo.

E de tudo o que eu tenho,
Ele é o único dono.

Me traz inspiração,
Sabedoria, paz.
Amor, família, amigos...
Não me julga injustamente.
Mantém-me de pé.
Dá valor aos meus valores.
E, é o que me faz forte,
Até sobre os vales áridos.

Me guia.
Me direciona, sem cobrar.
Governa, protege.
Faz morada,
Quando mais necessito.
E, ainda me atribui predicados...
(A satisfação de partilhar
O que eu sou com as pessoas.
E compartilhar do que elas são.)

Não invade,
Pede licença.
Mas se faz por todos,
Sem permissão.

E, se
A tempestade alcança,
Ele sempre é
Minha fonte de abrigo.

Quem me ama.
Tu és.
Quem me vê com orgulho de pai.
Tu és.
O único Senhor.

E de tudo o que eu tenho,
Só Ele é o único dono.

Ao que me rege.


Tatiane Salles.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Só precisava ser leve.

Coligir, ter, colecionar idéias. Criar. Se adaptar. Esse amontoado de ações não estava mais se adequando ao tamanho daquele barco. Do pequeno barco. Aquele que atravessava os rios, navegando lentamente, com medo de afundar. "Mas barco navega em rio?" Depende da profundidade.
 E a moça chorava por dentro e sorria por fora. E ainda diziam que ela era espontânea. Um poço sem profundidade, bem ao contrário do rio que abrigava o barco velejante. E, para a moça que ali estava, toda manhã era tachada de entardecer. Todo sol era alaranjado. Toda natureza era sem brilho. O brilho que sempre buscou e que nunca encontrou desde que habitara este território de ilusões. Ela filmava, se filmava, sonhava, se levantava. Chorava e sorria. Mas não sabia. Não sabia se era ensolarado por fora, ou se o problema do escuro era por dentro e tinha dificuldade para abrir as janelas e portas. Avessa. Completamente avessa. Cheia disso. Vivendo em união com um universo paralelo, bem assim. Não sabendo nem ao menos quando estava perdida, ou quando se encontrava. Sabia sem se perder. Se perdia sem saber. Se prendia aleatoriamente em si. E sobretudo, para disfarçar, sorria bonito.
Outrora, quando estava sozinha, se derretia, cantarolando ao som da sinfonia acústica que de, como sempre, lhe acompanhava. E no outro dia, novo dia, sorriso continuo. Sem intenção de se findar. Como já disse: Era feita de avessos. Digna do adjetivo. Sua felicidade era tão... "Verdadeira"... Para quem dizia se estar bem, mesmo não estando. Atriz de novela, era. Que andava certo nas ruas, mas que tropeçava a cada esquina. Que caia, se reerguia, levantava e tentava ser forte, mesmo tentada pelos devaneios que jogavam com ela a todo instante.
Por falar em jogo, o coração estremecerá fácil, fácil. Se perdia, quando interrogado as pressas por... Por quem era dona dele, a moça. "Se acalma menina, isso é realidade. Não é brincadeira de "O quê é, o quê é?". É seu sentimento, considere-o." Gritava as águas do rio.
 Tinha muito, muito sentimento misturado. Tinha amor correspondido, meios/fins, fins/meios, correspondia amor. Confusão! Confundia. Apertava. Defendia. Desrespeitava. Respeitava. Complicava. E ela se perdia, se encontrava, se perdia... Calmaria. Chovia, registrava, molhava a câmera e o papel em que escrevia, pensava, caia, ventou. Pausava as águas do rio: "Para menina. Mente cheia perturba coração sem ordem. Sossega menina, é dia. Vá abrir as janelas do teu quarto. Tá chuviscando aqui fora, deixa lavar o interior. É tempestade em copo d'água, não tem nada de errado acontecendo, tem? É cabeça cheia atoa. Não ligue tanto para os padrões, eles não contam mais. Se jogue, pule, pegue seu guarda-chuva. Venha ver o quanto está bonito o rio. Respire. Enquanto você se preocupa com o que se passa, uns trabalham, outros dormem, os intelectuais jogam xadrez, os meninos brincam de bola na chuva e ninguém observa o rio. Meu bem, a vida segue e você aí, abdicando dela. A tarde toda refletindo sobre coisas que nem fazem mais sentido, ou que só pra você fizeram algum. Levanta menina. Tá calor aí. Aproveita e pega seu guarda-chuva. Compra chocolate e café, sua mãe deixou um bilhete de manhã."
 Já noite, a menina que saiu do barco do seu quarto, ouvia uma voz, que vinha do rio, dizendo as seguintes: "Menina, nem todo encanto é desmedido. O encanto é como a chuva. Da primeira vez que caí, você admira a beleza e elegância das coisas. Acha lindo o cinza da neblina que caí sobre as cidades. Se envolve no edredom de retalhos da vovó, se prende na cama e não quer mais sair. Você olha e tem sinal de chuva por todos os cantos. Mas vem o sol, quer queira, quer não queira e seca. Se chove todos os dias, incomoda. Da mesma maneira é o encanto. Deixa rastro, fascina, conquista, encanta...  Mas depois acaba. E também, encantar-se todos os dias, cansa. Não são todas as pessoas que tem o prazer de faze-lo, sem aperceber, num fixo olhar... Numa mecha de fios no cabelo..."
Aquietou-se a voz, vindo disso, a moça tomou: "Sabe, nunca me disseram isso antes, por talvez medo da minha reação... Mas, a gente sonha de um jeito uma vida e segundos depois se vê interrogando sobre o que e como vai ser se seus planos não derem certo. Como pode, como se explica? De repente eu só queria que os meus sonhos não precisassem de um plano B. E eu, que desde o começo pensei que para se sonhar, não era necessário regras..." ...Face murcha, olhos baixos...
Era de imaginar o turbilhão que se passou por ela naquele momento. Coisas das quais sua expressão resumiu-se em: "Só precisava ser delicado como o velejar do verdadeiro barco, só precisava ser leve como as águas que desaguam aqui. O resto a gente esquenta com café. Só precisava ser leve, só... Pois todo o resto é consequência." E, levando na mão seu guarda-chuva. Retornando, na esperança de lhe aquecer o que restara... Uma lágrima morria nas mãos.
E depois, lá no final da rua...
A moça sorria bonito, mas não sabia.


As noites sombrias, as dúvidas.
 Aos dias amarelados, as inseguranças.
As águas e vozes.
 E, aos rios que embalam os barcos que velejam sem rumo.


Tatiane Salles.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Aos amantes do amor.

Ao dia dos namorados.

As telepatias.
E são delas,
São deles,
Dos planos,
Da naturalidade que lhes rondava,
Ao extremo insano.

Não tinha limites,
Era vivo.
Repleto de positividade.
Amor&amor.
História romântica de um livro.

Das escaladas de montanhas, ao monte.
Tatuagens do símbolo "eterno",
Grudadas ao lado esquerdo do peito...
Independentemente.

Muro sólido,
Que os escondia do temporal,
Branco intenso.
Escrito vossos nomes,
Há tintura
Cor de sangue,
Refletidos aos sete mares,
Enamorados por extenso.

{Dedico a todos os que sentem, que são apaixonados, que amam e lutam por. 
Aos casados, namorados, enamorados, amantes, distantes, presentes e ao eterno.}


Tatiane Salles.


Homenagem à uma pessoa querida:

Hoje é aniversário de uma grande amiga, que se tornou irmã. Irmã de sangue, de mães diferentes. A ela, toda felicidade do mundo. Obrigada por existir e por compartilhar os melhores momentos da sua vida comigo. Obrigada por cuidar de mim, por estar sempre ao meu lado e por nunca desistir dos nossos planos de conquistar o mundo, "haha", mesmo eu sendo chata/"imatura"/chata, ás vezes. Quero te dizer que eu sou muito feliz em poder participar desse dia com você e que você é extremamente essencial no meu mundo. Parabéns. Feliz aniversário, amiga! Te amo, Cristinna Burnyer.


Tatiane Salles.

domingo, 10 de junho de 2012

Em simultâneo.

De nada sei.
Tem sido assim,
Desde o meio,
Princípio e final, isto é...
Se é que isso realmente existiu...
Não sei ao certo.
Deste modo, desordenando;
Mas como se todas as coisas,
Estivessem dentro da normalidade
E absolutamente desestruturado.
Escassa visão.
As vezes sinto-me ao contrário de mim.
Outras, nem mais me sinto.
Me vem estrofes, versos...
E do nada, tudo parece transparente,
Ao meu imaginário.
Me emociono, diante de tão pouco.
Hora cheia, hora vazia.
Aguá e fogo me arrodeiam em simultâneo.
Para quem pensou que fosse impossível...
Falo, sem verem mexer meus lábios.
Ando, como se meus pés não fossem
Minha sustentação em terra firme.
Como se voasse, com uma asa só,
Abeirando as nuvens claras/escuras.
Ouço, mas não te escuto chamar.
A não ser pelas ligeiras batidas do coração,
Que pouco persiste, ou, nem bate.
Ele só grita por soluções,
Porque dizem ser permanentes.
Berra por palavras,
E num reflexo involuntário dos meus olhos,
Se vê mudo perante elas.
Ele procura incansavelmente por entre os acasos.
Respostas sem nexo,
Podem ser o começo da explicação,
Dos efeitos que me surgem;
Os atos de "vilipêndio".


Tatiane Salles.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Não se esqueça.

Desgruda-te de tudo.
Desliga-te de todos.
Despregue-se do por-do-sol...
E mesmo que anoiteça,
Só te peço que não se esqueça, de mim.

Que meu grande afeto te aqueça,
De todo sereno frio,
Que a madrugada trouxer.
E que esse nosso "sentimento" ou falta dele,
Nos transforme da melhor maneira.

Que toda confusão,
Todas as brigas,
Todas as discussões,
Todo amadurecimento, sirva...
De fortalecimento,
 Para relacionamentos futuros... Quem sabe.
Que todo o silêncio que ronda,
 Escute nossa frequência,
Mesmo que talvez não tenha,
Nada à transmitir.

Vejamos.
Vejamos os caminhos percorridos,
Passos que não se apagarão tão cedo.
Nem que você queira,
Nem que eu queira e quero.
Nem que nós quiséssemos.
Mas que deixamos de viver,
O perto, mais longe,
O longe, tão longe.
O perto, tão perto!

E do longe mais perto que nunca...
Não se esqueça.
Não me esqueça.
Mesmo que amanheça...
E, que tudo volte a ser como era,
Antes dá gente se apaixonar.


Tatiane Salles.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Uma dose de veneno.

Na fome severa,
Do sabor da própria carne,
Ventas que expeliam sangue,
Que desuniam dois artifícios, 
Duas pessoas estranhas,
Estranhos defeitos e qualidades,
Dois corações...
Ou, nem ao menos isso.

Nessa balança, 
Que pesava e balançava permanentemente, 
Vendendo a necessidade de estar,
Combinado as mais devidas proporções,
Sendo elas trocadas,
Por medo e inconsequência.

E de lá da porta do armazém,
Ela gritava pelo senhor proprietário do ambiente, 
Que assustado lhe trouxera,
Uma mercadoria sem rotulo.
Era à poção mágica de "realidade",
Encomendada por ela dias atrás...
Que em sua mente aliviaria, 
A ponte insatisfatória, que, há deixava vulnerável,
Diante do seu bem.

Maluca, de instinto impulsivo,
Animal...
Num vacilo,
Rose tomará, 
Uma só dose...
Uma dose de veneno...
Se maltratando,
Se submetendo,
Se doando,
E, fatalmente, partindo-se para outra dimensão.


Tatiane Salles.

sábado, 2 de junho de 2012

Valsava.

A performance,
Que te conquistou.
Minha dança que,
Embalava fins noturnos.

Mimoso ritmo,
Saudoso concerto,
Você sorrindo,
Enquanto o clássico,
Eu valsava.

Valsando, valsava.
Sem par, nem valsa.
Beijando-lhe o chão,
Beijava-me os pés,
Envolvidos pelas distintas sapatilhas...
E, pelos filmes de cetim que,
Filmava sua expressão,
Não exitando em demonstrar,
Que via bem mais que,
Minha desenvoltura;
Que viras sempre,
Muito além que,
Acerca de mim.


Tatiane Salles.